domingo, 20 de abril de 2014

O StarBorad Software

O StarBoard é um software muito intuitivo que permite a realização de atividades diversificadas em contexto de sala de aula, utilizando tablets ou Quadros Interativos. Nos endereços indicados entre parênteses, poderá encontrar duas atividades construídas para um aluno com Dificuldade Intelectual e Desenvolvimental (DID), que têm como objetivo promover o desenvolvimento das vias lexical (https://docs.google.com/a/aenelas.edu.pt/file/d/0B3vIyqkBUNdIaGVjTnhuM2JuNGs/edit) e fonológica (https://docs.google.com/file/d/0B3vIyqkBUNdIa2JkS0FDTnliaWs/edit) de acesso ao material escrito – com vista à progressiva melhoria da descodificação da leitura.

terça-feira, 26 de março de 2013

Ajudas Técnicas e TIC em Educação Especial


Apresentação

Nome: Ajudas Técnicas e TIC em Educação Especial
Código: PED9135
4 ECTS
Duração: 15 semanas/104 horas
Área Científica: Educação Especial
Objectivos

Resultados esperados

Compreender o papel das TIC numa perspectiva da educação digital inclusiva; Reconhecer o papel das TIC nos processos de aprendizagem de pessoas com necessidades especiais: compensação, didáctico e comunicacional; Identificar barreiras (físicas, sensoriais, cognitivas, comunicacionais e especificas) à aprendizagem das pessoas com necessidades especiais; Identificar formas de ultrapassar certas barreiras e obstáculos através do uso de tecnologias de informajudas técnicas e TIC com pessoas com necessidades especiais

Competências a adquirir

Definir conceitos operatórios envolvidos; Identificar fundamentos e teorias da aprendizagem na análise e avaliação de situações  educativas com recurso a tecnologias assistivas; Avaliar recursos educativos digitais destinados aos diferentes públicos; Elaborar um plano de exploração pedagógica de um recurso educativo digital ajustado a uma deficiência.

sábado, 23 de março de 2013

Quadros Interativos


Em 2006, Alcides Meireles, num estudo intitulado Uso de quadros interactivos em educação: uma experiência em Físico-Químicas com vantagens e “resistências”, procurou responder à questão sobre se o uso dos Quadros interativos facilitava a aprendizagem, concluindo ter havido diferenças nos dois grupos, de controlo e experimental, do estudo.

Usar um Quadro Interativo porquê?
Mary Ann Bell (Professora na Sam Houston State University em Huntsville, Texas) refere que "As ferramentas de apresentação estão a ganhar popularidade junto dos educadores que pretendem partilhar ideias e informação com grupos de alunos. As aplicações interactivas são essenciais para os educadores que querem envolver os seus alunos numa aprendizagem com recurso à tecnologia (http://teachers.net/gazette/JAN02/mabell.html).

Seja como for, sejamos «fans» ou simplesmente aceitando o que as novas tecnologias nos proporcionam, a diversidade de estratégia permite, por um lado, ir ao encontro de diferentes estilos de aprendizagem e, por outro lado, e no caso destas estratégias em concreto (as que usam as novas tecnologias), promove uma destreza adicional para nos movermos num mundo que veio para ficar.

Em http://www.quadrosinteractivos.com/, encontram-se novidades no que respeita aos quadros interativos portugueses.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

As redes sociais como potencial educativo


A propósito,

já conhece o Edmodo (Facebook + Foruns (vários) + moodle) (http://ww.edmodo.com/)

 

Patrício Gonçalves, em Facebook: rede social educativa?, citando Pettenati et al. (2006) e  Brandtzaeg et al. (2007), esclarece o sentido de redes sociais ao dizer que são “aplicações que suportam um espaço comum de interesses, necessidades e metas semelhantes para a colaboração, a partilha de conhecimento, a interacção e a comunicação”.

Encontramo-nos numa espécie de auge, como escreve o autor, potenciado pelos jovens – e não só - que, em massa, aderiram a este conceito, nomeadamente ao Facebook. Do Facebook, o autor estende a outras ferramentas de trabalho Web (lembro-me aqui das WebQuests) que permitem “flexibilizar os contextos de aprendizagem, individuais e cooperativos, (…) ensinar alunos a aprender no ciberespaço, a pensar, a cooperar, a partilhar e a construir o seu próprio conhecimento” (p. 593).

À questão: De que forma encaramos estas ferramentas da web 2 no apoio à prática pedagógica? A resposta parece clara, até por aquilo que é dito neste artigo: “As redes sociais representam uma nova tendência de partilhar contactos, informações e conhecimentos” (p. 594). De um modo informal, há um mundo de conhecimentos que é divulgado através destas redes, que, claramente, funcionam como “um espaço de encontro, partilha, discussão de ideias”. Tantas vezes, após o post de alguma notícia, que até nem conhecíamos ainda, são formuladas reflexões, remetidas para outras notícias, para uma qualquer informação adicional. Temos, de facto, de redefinir o conceito de espaço de aprendizagem. Não é o espaço que define o ato de aprender (tradicionalmente conotado com a sala de aula). É o que se aprende. E, sem dúvida, se soubermos triar a informação veiculada na rede social onde nos movamos, podemos aprender muitíssimo e ter acesso a um mundo imenso de informação. Creio, além disse, por experiência própria, que o uso, por exemplo, do facebook nos fornece uma destreza no mundo virtual que depois poderemos transferir para outras ferramentas.

 Em Facebook for Educators, Linda Phillips, Derek Baird e Fogg focam uma outra vantagem (aprendizagem) da comunicação nas redes sociais, que é a educação para a cidadania. O como comportarmo-nos perante os outros, tradicionalmente da responsabilidade dos educadores, aprendizagem que poderá agora ocorrer no local. Aliás, perante alguma forma de comportamento menos correta, o utilizador é de imediato admoestado, nem que mais não seja pelo silêncio das palavras ausentes. Muitas vezes pela multiplicação de palavras.

À questão tudo isto é bom ou mau para os educadores?, os autores respondem que o Facebook pode ampliar a aprendizagem realizada no interior da sala de aula e para além deste espaço, se forem terem tidas em conta algumas linhas, das quais saliento a promoção da boa cidadania no mundo digital e o uso do Facebook como fonte de desenvolvimento profissional. Acrescentaria aqui o papel que o professor não deverá esquecer que mantém, apesar de toda a informalidade que acompanha o mundo das redes sociais. Refiro-me, por exemplo, a indumentárias mais ousadas… 

Os autores referem, como disse, que o Facebook pode ampliar a aprendizagem realizada no interior da sala de aula. De que forma? O Facebook pode proporcionar aos alunos a oportunidade de efetivamente apresentarem as suas ideias, conduzir discussões on-line, e efetivarem uma aprendizagem colaborativa (tão defendida hoje, acrescento). Além disso, o Facebook pode ajudar o professor a explorar os estilos digitais de aprendizagem dos seus alunos.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Comunidades virtuais de prática


 

Andrade e Lagarto, em Gestão das Tecnologias na Escola, começam por fazer uma afirmação, com a qual os resultados escolares, e as constantes procuras pela cura dos problemas sucessivos na educação, parecem ter de concordar: “O sistema de ensino parece não estar preparado para trabalhar com eles [alunos] e com a sua diferente forma de processar informação! (p. 1).
Demanda-se, portanto, por ajustamentos da escola à realidade; por respostas baseadas na investigação, que vai referindo (já o dizia Vygotsky) que se aprende o que se vivencia, não o que nos é debitado (o tempo do magister dixit já lá vai – quando é que aceitamos isto?). “O tradicional paradigma do ensino baseado no princípio do Conteúdo e da Transmissão deverá evoluir com o reforço da vertente Contexto e Actividade” (p. 3), clamam Andrade e Lagarto. “A sociedade e, em particular a escola, evoluem de uma filosofia de sistema para uma filosofia de rede. A lógica de rede é mais democrática que a lógica do sistema e procura gerar cooperação alargada, de reciprocidade dinâmica e policêntrica” (p. 7), escrevem também os autores. É, pois, urgente adaptar a escola a estes “nativos digitais” (p. 2), como chamam Andrade e Lagarto, citando Marc Prensky, aos alunos de hoje, “Imigrantes nem sempre adaptados e integrados”. São os “imigrantes no universo digital”. Todo mudou com a “presença massiva das Tecnologias da Informação [até as] variáveis espaço, tempo e realidade” (p. 4).
Os autores falam, depois, no que afirma a neurobiologia sobre a neuroplasticidade do cérebro (“que se manifesta na constante capacidade de auto reorganização em função dos inputs recebidos”). Ao impedir o uso das novas tecnologias, os investigadores, citando Ken Robinson, afirmam que “as escolas matam a criatividade”. Diversos autores têm, de facto, retirado conclusões importantíssimas no que respeita à plasticidade cerebral (e ao facto de esta ser uma constate ao longo da vida – Merzenich, citado por Doidge, em The Brain that Changes Itself). Estudos referem que a aprendizagem é o caminho para verdadeiramente se incluir todos os alunos na escola. Os estudos e as práticas continuam de costas voltadas, o que compromete o objetivo dos primeiros.
O objetivo é ensinar a aprender, como lembram Andrade e Lagarto, algo que surge como uma constante nos meios escolares, mas cuja prática ainda requer muito mais. Os autores afirmam que “Não se trata do que ensinar e aprender, mas como ensinar a aprender!”.
Ao criticarem, na sequência do que afirma Kauppila (2005, citado pelos autores), o uso das tecnologias para um mero “corta e cola através da internet”, Andrade e Lagarto exclamam que “Estamos perante uma nova Idade Media!” E a culpa, como em tantas outras mudanças desejadas, recai sobre os “Velhos do Restelo” (p. 3). “Sabe-se que a resistência humana à mudança se justifica pelo desconforto que o desconhecido provoca face ao conhecido” (Andrade & Lagarto, p. 9).
Pertencemos hoje à Sociedade da Informação, termo que decorre da expressão de Peter Druker (citado pelos autores), «Sociedade Pós-capitalista”. Contudo, “A maioria das escolas, na maioria dos países europeus ainda estão na fase inicial da adopção das TIC” (p. 36), embora diversos estudos avancem com dados claros sobre a forte relação entre o uso das TIC e resultados positivos em diversas áreas. Andrade e Lagarto falam em três grandes à adopção das TIC no ensino: (i) o apetrechamento das escolas nem sempre é feito a tempo e com o equipamento adequado; (ii) podem falhar os planos de manutenção preventiva e de reparação; (iii) uma parte muito significativa de professores, na sua formação inicial, nunca aprendeu em ambientes tecnologicamente enriquecidos pelo que não transpôs para a sua atividade essas formas de ensinar. A este respeito, Andrade e Lagarto adverte para o facto de os meios virtuais não serem “meios naturais, nem espaços onde, de um modo geral, todos os utilizadores se sintam à vontade” (p. 115). Este pressuposto concorre, em minha opinião, para a desmotivação e, consequentemente, para a resistência na adoção das tecnologias. 
Falamos, portanto, de uma nova sociedade, caracterizada por Carlos Tedesco (Tedesco, 1999, citado por Andrade & Lagarto) como tendo três dimensões “onde ocorrem mudanças profundas sob o dominador comum da influência das Tecnologias da Informação: (I) estrutura dos interesses, (II) carácter dos símbolos e (III) natureza das comunidades. Isto é, em que pensamos, com que pensamos e onde desenvolvemos o nosso pensamento são influenciados pelas tecnologias da informação” (p. 5).

E é no contexto do “onde desenvolvemos o nosso pensamento” que surgem as comunidades de prática.

Em Como as comunidades virtuais de prática e de aprendizagem podem transformar a nossa concepção de educação, José Rodríguez Illera refere que “As comunidades virtuais aparecem como o resultado de uma prática continuada, a partir dos anos 80 ou até antes, quando as tecnologias de comunicação passaram a permitir interligar um grande número de utilizadores num espaço comum de intercâmbio de mensagens”. O autor fala nas comunidades mais conhecidas como a UseNet, com milhões de utilizadores, a Minitel, em Franca e a WELL nos Estados Unidos.
A UseNet é um meio de comunicação onde usuários postam mensagens de texto (chamadas "artigos") em fóruns que são agrupados por assuntos (chamados newsgroups ou grupos de notícias). Ao contrário das mensagens de e-mail, que são transmitidas quase que diretamente do remetente para o destinatário, os artigos postados nos newsgroups são retransmitidos através de uma extensa rede de servidores interligados.
 Minitel, por outro lado, foi um pequeno terminal de consulta de banco de dados comerciais existentes nos Correios, nas Telecomunicações e nas Teledifusões existentes na França.
Quanto à The WELL (http://www.well.com/), podemos aceder, em conferências, por exemplo, em Conferences for Computers, Tools and Science e aqui escolher um tema e entrar.
José Rodríguez Illera lembra que as tecnologias implícitas a estes meios de comunicação são anteriores ao desenvolvimento da Internet: a começar pelo correio eletrónico, seguido dos portais de anúncios e, posteriormente, dos fóruns de discussão, dos sítios web e até tecnologias mais recentes como os diários ou weblogs, ou os wikis e outras mais especializadas.
            Andrade e Lagarto falam também nestas comunidades de prática (CoP) de aprendizagem, que são definidas por Wenger (1998, citado pelos autores) como sendo “grupos de pessoas que partilham um problema ou uma paixão por qualquer assunto com que se relacionam e aprendem a fazer melhor à medida que interagem e partilham experiências no interior da comunidade” (p. 116). Será, como referiram Shaffer e Anundsen citados por Pallof e Pratt (que os autores retomam), “ um todo dinâmico que emerge quando um grupo de pessoas compartilha práticas comuns, são independentes, tomam decisões em conjunto; identificam-se com algo maior que a soma de suas relações individuais, e fazem um compromisso de longo prazo com o bem-estar (seu próprio, um do outro, e do grupo)”. Segundo Andrade e Lagarto, uma comunidade de prática é afinal um grupo de pessoas que: 

- partilha os mesmos desafios,

- interage com regularidade,

 - aprende de forma coletiva e por partilha e

 - aumenta as competências individuais e da própria comunidade.

 

Por outro lado, escrevem os autores que cada membro da comunidade utiliza-a para: 

- ajudar na resolução dos seus problemas e de outros membros que partilhem a mesma situação;

- analisar as boas práticas dos outros evitando cometer erros no seu próprio contexto;

- manter-se atualizado;

- refletir sobre a sua própria prática e melhorá-la;

- aumentar o conhecimento na área temática da própria comunidade.
 
Sobre as condições para a existência de uma comunidade, os autores escreem que, por um lado há que criar condições de aparecimento, desenvolvimento e manutenção da própria comunidade e, por outro lado, o domínio deve ser desafiador e de utilidade para o grupo. Acrescentam ainda que a “existência de comunidades de prática, fomentada institucionalmente, ajuda a que estas tenham ciclos de vida maiores. Daí ser sempre bem-vindo algum suporte financeiro, obtido através de sponsors (internos ou externos)” (p. 117).
Após definirem o que é uma comunidade e da sua finalidade, os autores, na esteira de Wenger, que citam, concluem que a comunidade existe quando tem um domínio (área temática de interesse comum), quando existe uma comunidade (grupo de pessoas interessados nessa temática) e exista prática de partilha entre os membros dessa mesma comunidade.
José Rodríguez Illera tece uma distinção entre comunidades virtuais e comunidades de prática: as primeiras (as virtuais) criam-se por motivos muito diferentes (desde o consumo de informação, a interesses particulares num tema concreto, passando pelo recurso a canais de comunicação estáveis); as segundas (as comunidades de prática) são organizações que mantêm uma continuidade temporal, mas que, sobretudo, se definem pela partilha de uma prática entre os seus diferentes membros, mais que por ter uma ideia de comunidade muito mais definida que as comunidades virtuais esporádicas, conjunturais.

Sobre o como surge uma Comunidade, Andrade e Lagarto refrem que poderá ser por acaso ou por vontade de alguém. 

Focando agora estes meios de comunicação sob o olhar de um professor, será importante o que refere José Rodríguez Illera, quando analisa estas comunidades numa perspetiva académica, que enfatiza o caráter social da aprendizagem “e que a pensa sempre como resultado de uma situação comunal ou societal, mais do que como matéria meramente individual ou pessoal”, amplamente defendido por Vygotsky. A Teoria da Aprendizagem de Vygotsky defende exatamente que o processo ensino-aprendizagem terá de prever atividades pedagógicas que pressuponham a participação ativa dos sujeitos. De acordo com Wersch (1993), em Mind in Society, obra a partir da qual a teoria de Vygotsky se tornou mundialmente conhecida, existem três aspetos fundamentais naquela obra e, por isso, na teoria de Vygotsky, dos quais destaco dois:

As funções mentais mais elevadas do indivíduo emergem de processos sociais e

Os processo sociais e psicológicos humanos formam-se através de ferramentas – artefactos culturais – os quais servem para proceder à mediação entre os indivíduos e o meio físico que o envolve. 

José Rodríguez Illera menciona que, mais recentemente, a crítica antropológica (Lave, 1988) e a psicológica, assim como a pedagógica, criticaram a visão meramente cognitiva/cognitivista da aprendizagem, privilegiando uma perspetiva “que coloca em primeiro lugar o caráter altamente contextualizado de qualquer aprendizagem”. Enfatiza-se, portanto, “o caracter social e comunitário da aprendizagem e a importância dos diferentes contextos de socialização, ou de prática, como geradores dessa mesma aprendizagem”.
Na sequência do que foi dito, Andrade e Lagarto referem-se a obras como Wikinomics de Davenport, ou à sabedoria das multidões de James Surowiecki para aludirem à “riqueza da participação em massa na criação de conhecimento” (p. 111).
A prática e a teoria ensinam-nos, de facto, que aprendemos o que vivemos, o que vemos, não o que nos dizem. Isso vale para tudo, nomeadamente para a Inclusão, área da Educação onde me movo (isto que disse é tão impreciso, e tão não verdade – uma vez que a Inclusão deverá ser algo onde todos nos movemos). Os alunos irão incluir um dia, na sociedade, se viverem a Inclusão na Escola – e não se apenas se tiver falado sobre a Inclusão nas aulas de Educação para a Cidadania. 

E o que é uma comunidade? José Rodríguez Illera, citando Corominas (1987), escreve que “Comunidade é uma palavra que provém do latim commune e communis, conjuntamente, em comum, conjunto de pessoas que se vinculam pelo cumprimento de obrigações comuns e reciprocas”. É uma palavra que existe desde meados do seculo XV. Daqui, virão palavras como comunismo e comunicação.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O uso de WebQuests para aprender a aprender


Exemplo de uma WebQuest - Missão: Compreensão da Leitura (treino da compreensão da leitura para alunos do 12.º ano) https://sites.google.com/site/missaocompreensaodaleitura/home

 O que é uma WebQuest?
           Em WebQuest: Recurso Educativo e Ferramenta de avaliação, os autores, Mónica Aresta e colaboradores, referem que o uso de WebQuests poderá, para além de contribuir para o desenvolvimento de capacidades de seleção, organização e análise crítica de informação, envolver os alunos enquanto participantes ativos no processo de ensino e de aprendizagem, promovendo a sua imaginação, autonomia e motivação e desafiando-os na resolução de problemas diários.

Mónica Aresta e colaboradores, no artigo citado, lembram que o conceito «WebQuest», conceito também conhecido como «Aventuras na Web», foi criado por Bernie Dodge e Tom March em 1995, no âmbito do Projecto EDTEC 596 (San Diego State University), projeto que “visava o apoio e ajuda aos professores na integração das potencialidades da Internet na aprendizagem dos alunos” (p. 1011). No âmbito desse projeto, o objectivo era pesquisar toda ou quase toda a informação que se encontrava na Internet, promovendo no aluno o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas e tomar decisões, podendo ser utilizada em atividades de grupo e como motivação de aprendizagens que envolvam uma ou mais disciplina. Estes recursos, clarificam os autores, impelem os alunos a transformar a informação, pelo traçar de objetivos, pela comparação, pela colocação de hipóteses e pela pesquisa de soluções. De facto, afirmam, “o aluno envolve-se num alto nível de cognição que facilita o desenvolvimento de pensamento avançado” (p. 1011).

As WebQuests solicitam ao aluno a busca de soluções para um determinado problema ou situação indicando-lhe as fontes a que deverá recorrer para obter respostas. Requerem esforço de pesquisa, análise e síntese, extraindo o melhor da Internet, ao indicarem as fontes mais adequadas para determinados conteúdos, contextualizando-os e orientando a aprendizagem. É também importante o facto de impedir o aluno de se dispersar em páginas e hiperligações que possam dificultar a sua aprendizagem (Cruz, 2006; Castro e Tavares, 2005, citados pelos autores) e aumentar a carga cognitiva.

Se nos recordarmos do que defendem os construtivistas da aprendizagem, e os defendermos, teremos nas WebQuests um aliado importantíssimo, pois, como escrevem os autores, “i) existe um elevado grau de interactividade, o que permite que o indivíduo tenha um papel fundamental na construção do seu conhecimento; ii) o percurso “cognitivo” (de conhecimento) de cada indivíduo é diversificado, uma vez que as opções tomadas nas várias etapas não são repetidas; iii) no computador, é possível simular diferentes situações da vida real, o que coloca o aprendente perante experiências concretas de aplicação/de teste do conhecimento (Cruz, 2006)”.
 

No processo de criação de uma WebQuest:

 cada professor pode e deve criar uma WebQuest, de acordo com os objetivos que pretende desenvolver com o seu público-alvo (alunos), devendo, para isso, como escrevem os autores, ter em consideração três aspetos fundamentais: a sua estrutura, duração e a avaliação (citando Cruz, 2006; Guimarães, 2006; Carvalho, 2002).

 
Estrutura de uma WebQuest, de acordo com Bernie Dogde (citado por Mónica Aresta e colaboradores)

            Introdução – apresentação da WebQuest; deve motivar e desafiar o aluno para resolução da WebQuest,

Tarefa –dá a conhecer ao aluno os propósitos do trabalho e o produto final da atividade.

Processo – indicação das fases ou etapas a seguir, recursos a consultar, com orientações mais ou menos pormenorizadas de como realizar a tarefa.

Recursos – conjunto de fontes de informação que devem ser analisadas considerando a sua qualidade e quantidade.

Avaliação – indicação de como o desempenho dos alunos será avaliado, referindo se a avaliação é de grupo ou também individual; deverá incluir indicadores qualitativos e quantitativos.

Conclusão – disponibilização de um resumo da experiência proporcionada pela WebQuest, salientando as vantagens da realização do trabalho e despertando a curiosidade para pesquisas futuras.

             A duração da WebQuest deverá depender da sua complexidade e ser condicionada pela faixa etária dos alunos e pelos objetivos delineados pelo professor. Pode ser de curta duração (entre uma e três aulas, têm como objetivo a compreensão pelo aluno de determinada quantidade de informação, centrando-se na aquisição e integração do conhecimento) ou de longa duração (uma semana a um mês de duração, em ambiente de sala de aula, permite uma análise mais profunda dos conceitos e alargar e solidificar o conhecimento adquirido) (Guimarães, 2006; Cruz, 2006, citados pelos autores).

 
Consultar: http://webs.ie.uminho.pt/aac/webquest/exemplos.htm#realizados na Universidade do Minho

 Construção de uma webQuest: https://accounts.google.com/ServiceLogin?service=jotspot&passive=1209600&continue=https://sites.google.com/&followup=https://sites.google.com/&authuser=0