segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O uso de WebQuests para aprender a aprender


Exemplo de uma WebQuest - Missão: Compreensão da Leitura (treino da compreensão da leitura para alunos do 12.º ano) https://sites.google.com/site/missaocompreensaodaleitura/home

 O que é uma WebQuest?
           Em WebQuest: Recurso Educativo e Ferramenta de avaliação, os autores, Mónica Aresta e colaboradores, referem que o uso de WebQuests poderá, para além de contribuir para o desenvolvimento de capacidades de seleção, organização e análise crítica de informação, envolver os alunos enquanto participantes ativos no processo de ensino e de aprendizagem, promovendo a sua imaginação, autonomia e motivação e desafiando-os na resolução de problemas diários.

Mónica Aresta e colaboradores, no artigo citado, lembram que o conceito «WebQuest», conceito também conhecido como «Aventuras na Web», foi criado por Bernie Dodge e Tom March em 1995, no âmbito do Projecto EDTEC 596 (San Diego State University), projeto que “visava o apoio e ajuda aos professores na integração das potencialidades da Internet na aprendizagem dos alunos” (p. 1011). No âmbito desse projeto, o objectivo era pesquisar toda ou quase toda a informação que se encontrava na Internet, promovendo no aluno o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas e tomar decisões, podendo ser utilizada em atividades de grupo e como motivação de aprendizagens que envolvam uma ou mais disciplina. Estes recursos, clarificam os autores, impelem os alunos a transformar a informação, pelo traçar de objetivos, pela comparação, pela colocação de hipóteses e pela pesquisa de soluções. De facto, afirmam, “o aluno envolve-se num alto nível de cognição que facilita o desenvolvimento de pensamento avançado” (p. 1011).

As WebQuests solicitam ao aluno a busca de soluções para um determinado problema ou situação indicando-lhe as fontes a que deverá recorrer para obter respostas. Requerem esforço de pesquisa, análise e síntese, extraindo o melhor da Internet, ao indicarem as fontes mais adequadas para determinados conteúdos, contextualizando-os e orientando a aprendizagem. É também importante o facto de impedir o aluno de se dispersar em páginas e hiperligações que possam dificultar a sua aprendizagem (Cruz, 2006; Castro e Tavares, 2005, citados pelos autores) e aumentar a carga cognitiva.

Se nos recordarmos do que defendem os construtivistas da aprendizagem, e os defendermos, teremos nas WebQuests um aliado importantíssimo, pois, como escrevem os autores, “i) existe um elevado grau de interactividade, o que permite que o indivíduo tenha um papel fundamental na construção do seu conhecimento; ii) o percurso “cognitivo” (de conhecimento) de cada indivíduo é diversificado, uma vez que as opções tomadas nas várias etapas não são repetidas; iii) no computador, é possível simular diferentes situações da vida real, o que coloca o aprendente perante experiências concretas de aplicação/de teste do conhecimento (Cruz, 2006)”.
 

No processo de criação de uma WebQuest:

 cada professor pode e deve criar uma WebQuest, de acordo com os objetivos que pretende desenvolver com o seu público-alvo (alunos), devendo, para isso, como escrevem os autores, ter em consideração três aspetos fundamentais: a sua estrutura, duração e a avaliação (citando Cruz, 2006; Guimarães, 2006; Carvalho, 2002).

 
Estrutura de uma WebQuest, de acordo com Bernie Dogde (citado por Mónica Aresta e colaboradores)

            Introdução – apresentação da WebQuest; deve motivar e desafiar o aluno para resolução da WebQuest,

Tarefa –dá a conhecer ao aluno os propósitos do trabalho e o produto final da atividade.

Processo – indicação das fases ou etapas a seguir, recursos a consultar, com orientações mais ou menos pormenorizadas de como realizar a tarefa.

Recursos – conjunto de fontes de informação que devem ser analisadas considerando a sua qualidade e quantidade.

Avaliação – indicação de como o desempenho dos alunos será avaliado, referindo se a avaliação é de grupo ou também individual; deverá incluir indicadores qualitativos e quantitativos.

Conclusão – disponibilização de um resumo da experiência proporcionada pela WebQuest, salientando as vantagens da realização do trabalho e despertando a curiosidade para pesquisas futuras.

             A duração da WebQuest deverá depender da sua complexidade e ser condicionada pela faixa etária dos alunos e pelos objetivos delineados pelo professor. Pode ser de curta duração (entre uma e três aulas, têm como objetivo a compreensão pelo aluno de determinada quantidade de informação, centrando-se na aquisição e integração do conhecimento) ou de longa duração (uma semana a um mês de duração, em ambiente de sala de aula, permite uma análise mais profunda dos conceitos e alargar e solidificar o conhecimento adquirido) (Guimarães, 2006; Cruz, 2006, citados pelos autores).

 
Consultar: http://webs.ie.uminho.pt/aac/webquest/exemplos.htm#realizados na Universidade do Minho

 Construção de uma webQuest: https://accounts.google.com/ServiceLogin?service=jotspot&passive=1209600&continue=https://sites.google.com/&followup=https://sites.google.com/&authuser=0