A propósito,
Patrício
Gonçalves, em Facebook: rede social
educativa?, citando Pettenati et al. (2006) e Brandtzaeg et al. (2007), esclarece o
sentido de redes sociais ao dizer que
são “aplicações que suportam um espaço comum de interesses, necessidades e
metas semelhantes para a colaboração, a partilha de conhecimento, a interacção
e a comunicação”.
Encontramo-nos
numa espécie de auge, como escreve o autor, potenciado pelos jovens – e não só
- que, em massa, aderiram a este conceito, nomeadamente ao Facebook. Do
Facebook, o autor estende a outras ferramentas de trabalho Web (lembro-me aqui
das WebQuests) que permitem “flexibilizar os contextos de aprendizagem,
individuais e cooperativos, (…) ensinar alunos a aprender no ciberespaço, a
pensar, a cooperar, a partilhar e a construir o seu próprio conhecimento” (p.
593).
À
questão: De que forma encaramos estas ferramentas da web 2 no apoio à prática
pedagógica? A resposta parece clara, até por aquilo que é dito neste artigo: “As
redes sociais representam uma nova tendência de partilhar contactos,
informações e conhecimentos” (p. 594). De um modo informal, há um mundo de
conhecimentos que é divulgado através destas redes, que, claramente, funcionam
como “um espaço de encontro, partilha, discussão de ideias”. Tantas vezes, após
o post de alguma notícia, que até nem conhecíamos ainda, são formuladas
reflexões, remetidas para outras notícias, para uma qualquer informação
adicional. Temos, de facto, de redefinir o conceito de espaço de aprendizagem.
Não é o espaço que define o ato de aprender (tradicionalmente conotado com a
sala de aula). É o que se aprende. E, sem dúvida, se soubermos triar a
informação veiculada na rede social onde nos movamos, podemos aprender
muitíssimo e ter acesso a um mundo imenso de informação. Creio, além disse, por
experiência própria, que o uso, por exemplo, do facebook nos fornece uma
destreza no mundo virtual que depois poderemos transferir para outras ferramentas.
Em Facebook for Educators, Linda Phillips, Derek Baird e Fogg focam uma outra vantagem
(aprendizagem) da comunicação nas redes sociais, que é a educação para a
cidadania. O como comportarmo-nos perante
os outros, tradicionalmente da responsabilidade dos educadores, aprendizagem
que poderá agora ocorrer no local.
Aliás, perante alguma forma de comportamento menos correta, o utilizador é de
imediato admoestado, nem que mais não seja pelo silêncio das palavras ausentes.
Muitas vezes pela multiplicação de palavras.
À questão tudo
isto é bom ou mau para os educadores?, os autores respondem que o Facebook pode ampliar a aprendizagem realizada no interior da
sala de aula e para além deste espaço, se forem terem tidas em conta algumas
linhas, das quais saliento a promoção da boa cidadania no mundo digital e o uso
do Facebook como fonte de desenvolvimento profissional. Acrescentaria aqui o
papel que o professor não deverá esquecer que mantém, apesar de toda a
informalidade que acompanha o mundo das redes sociais. Refiro-me, por exemplo,
a indumentárias mais ousadas…
Os
autores referem, como disse, que o Facebook pode ampliar a aprendizagem
realizada no interior da sala de aula. De que forma? O Facebook pode
proporcionar aos alunos a oportunidade
de efetivamente apresentarem as suas ideias, conduzir discussões on-line, e efetivarem uma aprendizagem colaborativa (tão defendida hoje,
acrescento). Além disso, o Facebook pode ajudar o professor a explorar os estilos digitais de aprendizagem
dos seus alunos.